Muitas vezes o conceito de Paisagem é distorcido, pois muitas pessoas entendem que ela é somente aquilo natural, porém Paisagem nada mais é que o domínio do visível, tudo aquilo que possamos ver. Ela é formada não só por volumes, mas também por cores, odores, movimentos, sons. Em suma, é o conjunto daquilo que vemos e sentimos, é o resumo da percepção.
 A Paisagem apresenta várias escalas e varia dependendo do local onde nos encontramos, bem como quando estamos, pois ela é uma sobreposição de momentos diferentes em vários estágios da história. Por exemplo, se nos localizamos diante de uma cidade vendo uma determinada cena, ela muda no minuto seguinte, pois o vento já derrubou folhas, as pessoas mudaram de lugar; a paisagem é modificada.
Geralmente são considerados dois tipos de Paisagem, a paisagem artificial e a paisagem natural. A artificial é aquela transformada pelo homem, pois a produção do espaço artificial é resultado da ação dos homens interagindo sobre o espaço existente. Ainda pode-se acrescentar que quanto mais complexa for a vida social, mais a paisagem artificial será evidente, por causa da imensa diversidade de edificações, cores, funções e formas exigidas por esse tipo de sociedade.
Já a paisagem natural é aquela que ainda não foi modificada pelo ser humano, ela encontra-se praticamente inexistente atualmente e quando existe, possui interesses políticos e/ou econômicos na frente de outros interesses considerados mais importantes (como de preservação, pesquisa, entre outros).
Porém, a percepção da diferença entre esses dois tipos de Paisagem têm tornado-se cada vez mais difícil por causa da mixagem do meio natural e artificial. Existe uma migração freqüente do meio natural para o artificial, pois cada vez mais aumenta a integração dos instrumentos de trabalho do ser humano e a paisagem natural; a cidade, por exemplo, é um exemplo da adição do artificial ao natural.
A paisagem, então, deve ser pensada em paralelo com as condições político-sociais e culturais do espaço onde ela encontra-se inserida, procurando sempre perceber o invisível.
Texto enviado por Nássara Andrade E.mail: nassarandrade@yahoo.com.br
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