Há milhares de anos, os chineses foram os primeiros a usar cogumelos como alimento. Sem folha, flor, raiz verdadeira e pigmento verde (clorofila), o cogumelo é um fungo que se alimenta de material orgânico em decomposição. Das 200 mil espécies diferentes de fungos conhecidas, 70 mil já foram catalogadas, 2 mil são comestíveis, mas apenas 50 são cultivadas regularmente para serem consumidas desidratadas, in natura, em chás ou cozidas. Na Europa, onde crescem em abundância com seu alto valor nutritivo, receberam o título de “carne dos pobres”. Para muitos botânicos, a origem dos cogumelos é atribuída às algas. O cogumelo é um alimento precioso, com qualidades dietéticas: rico em proteínas, fibras minerais e vitaminas. Tem um crescimento rápido e ocupa pouco espaço.
Sua importância no mundo é muito maior do que parece à primeira vista. Os cogumelos concorrem com as bactérias para decompor as matérias orgânicas em produtos cada vez mais simples, que se transformam quase todos, em água, gás carbônico, hidrogênio, amônia, etc. O cogumelo é formado por uma cobertura sobre um talo mais ou menos espesso, como um guarda-chuva aberto, constituído de uma massa compacta de pequenos filamentos como fios de algodão. Suas raízes são delicados fiozinhos espalhados no solo. O cogumelo é uma estrutura portadora e distribuidora de esporos que em geral são levados pelo vento.
A quantidade de esporos produzida por um único cogumelo é enorme, são cerca de meio milhão por minuto, durante três a quatro dias. Estando em meio adequado, solo, composto orgânico, madeira apodrecida ou outro meio nutritivo os esporos soltam filamentos que tomam conta de tudo quanto é espaço aproveitável. Uma adega ou celeiro antigo constituem excelentes câmaras de cultivo para cogumelos. Os substratos para os compostos podem ser: hastes de arroz, bagaço de cana, trigo ou centeio, capim gordura, capim barba de bode e outros tipos de forrageiras consistentes, todos secos. A fosforescência observada em numerosas espécies animais se encontra também em muitos cogumelos. Neste particular, o Agaricus Gardneri é muito curioso. Gardner, botânico inglês, observou a fosforescência desse cogumelo pela primeira vez no Brasil, na cidade de Natividade. Viu algumas crianças brincando com um objeto luminoso que ele supôs ser um pirilampo. Ao examiná-lo, porém, verificou que era um Agárico fosforescente que existia nos arredores dessa cidade, sobre as folhas mortas de uma pequena palmeira. Por isso, os habitantes o denominavam “flor de côco”. Esse cogumelo produz uma luz verde suave e alguns durante o dia, apresentam aspecto normal, mas à noite brilham misteriosamente na escuridão, com cores que vão do amarelo-alaranjado ao verde-azulado.  Muitos podem ser encontrados sobre a madeira em decomposição, nas florestas da Ásia. Exemplo extremamente notável de rápido crescimento é o da Dictyophora phalloidea, um cogumelo tropical conhecido como sátirofétido. Produz umas esferas que se assemelham a ovos - os “ovos-do-diabo” – na camada de húmus das florestas tropicais. No interior de cada ovo do diabo, existe um cogumelo plenamente desenvolvido dobrado em si mesmo. Começa a nascer pela manhã por volta das sete horas, com o rompimento da capa externa do ovo. Logo emerge uma protuberância achatada recoberta por massa liquefeita de esporos negros, que exalam um odor muito desagradável. Há numerosas espécies que são patogênicas para o homem, animais e principalmente para outras plantas que têm nos cogumelos seus maiores inimigos. Para quem não conhece os cogumelos, a distinção entre um cogumelo comestível de um outro é muito difícil, pois dentro de um mesmo gênero de cogumelos pode haver alguns extremamente tóxicos aos seres humanos.
Algumas dicas para reconhecer os comestíveis e os venenosos:
Cogumelos comestíveis Nascem isoladamente, Crescem nos lugares secos e arejados, São geralmente brancos ou parda-centos, Têm carne compacta e quebradiça. Não mudam de cor quando cortados e expostos ao ar
Cogumelos venenosos
Crescem em cachos ou grupos. Crescem nos bosques em lugares sombrios e úmidos- Quase sempre apresentam cores vivas. A carne em geral é mole e aguacenta Os sintomas de intoxicação às vezes surgem somente algum tempo após a ingestão dos cogumelos, dependendo também da quantidade ingerida. Passadas algumas horas, há a sensação de peso no estômago.
Deve-se provocar o vômito. Se o mal-estar surgir depois de 10 a 12 horas, pode apresentar sufocação, dores no peito e problemas cardíacos. A toxicidade dos cogumelos depende também da região em que ele cresce, da espécie, da sensibilização do indivíduo e da eliminação de algumas toxinas com a água em que é cozido. Os princípios tóxicos dos cogumelos são os alcalóides, peptídeos e substâncias resinosas. Em todas as circunstâncias de dúvidas de intoxicação por cogumelos é importante consultar um médico.
Para o homem e os animais, os cogumelos provocam numerosas doenças conhecidas em geral pelo nome de micoses: dermatomicoses, sporotricoses, as pergiloses, etc. São numerosos os cogumelos que atacam os vegetais, por isso a importância em estudá-los, para que possam ser combatidas as doenças que assolam as inúmeras espécies como as solanáceas, especialmente a batata inglesa, prejudicando também enorme-mente as culturas de videiras, ameixeiras, figueiras e outros vegetais. Existem cogumelos que não são comestíveis, razão pela qual não se deve comer cogumelos desconhecidos encontrados na natureza.
O cogumelo na época da descoberta do Brasil, era o prato favorito dos reis, que não o dispensavam em pães, tortas e bolos e sua cultura foi introduzida pelos japoneses. O cogumelo mais cultivado no Brasil é o Agaricus bisphorus, conhecido como “champignon de Paris”, funghi ou simplesmente cogumelo, da família das Agariáceas. Esse tipo desenvolve-se em estrumes ou estercos de eqüinos e muares ou em compostos de estrumes e capins secos, previa-mente fermentados. O talo dos cogumelos contém substâncias albuminóides, açucaradas, glicogênio, lecitina, etc. e pode de certo modo, constituir alimento completo, apesar de ser de difícil digestão 9 quilos de cogumelos equivalem a 1 quilo de carne.
Fonte de pesquisa: Informativo Verde
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