Paisagismo do Futuro: Sustentabilidade verde. Sistema Sustentável nada mais é que um sistema em equilíbrio, ou seja, não há adição externa de energia. O sistema produz aquilo que consome, não há sobras nem desperdícios.
Quando falamos em Jardim sustentável nos referimos a aquele jardim, praça, bosque ou qualquer área verde que não necessite da influencia do homem como: controle de pragas, adubação, correção de pH, irrigação,etc.
A sustentabilidade só ocorre, porém, quando o jardim atingir certo grau de maturidade. Para podermos chegar a esse nível, onde não aja necessidade de adições externa de energia, precisamos utilizar as plantas adequadas, levando em consideração as características edafoclimáticas (clima e solo) exigidas pelas mesmas.
Naturalmente encontraríamos as melhores opções dentre as plantas nativas, porém seria um erro não utilizarmos plantas exóticas (originais de outros países), pois falando em Arquitetura Paisagística, perderíamos muito material ornamental, empobrecendo assim as áreas verdes.
Após atingir o ponto clímax, o jardim conseguirá sobreviver através do processo de reciclagem de nutrientes. Onde os nutrientes absorvidos do solo são fornecidos futuramente pelas plantas em forma de material orgânico para ele. A decomposição desse material (folhas, frutos, galhos e qualquer material biológico) é feita por fungos e microorganismos, transformando-os em matéria orgânica, forma em que a planta consegue absorver os nutrientes, formando então o ciclo: solo - planta - solo.
Quando retiramos o material orgânico dos canteiros estamos retirando também o nutriente natural das plantas, quebrando o ciclo dos nutrientes. Mas e enquanto o jardim não for auto-sustentável, o que fazer?
Cabe a nós paisagistas acharmos meios para que seja investido o mínimo de energia externa. Fornecendo apenas os nutrientes em quantidades necessárias para a sobrevivência e desenvolvimento natural, a água conforme a necessidade hídrica de cada planta e a iluminação necessária.
Em se tratando de praças e parques há necessidade de luminosidade adequada para evitar o vandalismo, porém seguindo o pensamento de investimento mínimo de energia, tudo que não houver real necessidade deve ser eliminado.
Aplicando às cidades o termo sustentável veremos que a necessidade de áreas verdes existe para equilibrar o balanço entre ondas curtas, proveniente do sol, e ondas longas que são refletidas pela cobertura terrestre (solo, planta, água, rocha, etc). Nas cidades o balanço não esta em equilíbrio, pois há ocorrência de ondas longas refletidas pelos materiais utilizados nas construções. A solução ideal é o emprego de áreas verdes, equilibrando o balanço e alterando o micro-clima, diminuindo a temperatura e aumentando a umidificação do ar atmosférico.
Outros benefícios da arborização urbana, é o aumento da área permeável, reduzindo quantitativamente a ocorrência de enchentes, diminuindo a poluição sonora formando barreiras verticais e servindo como filtro, capturando as impurezas do ar. Tornando assim a condição de vida mais saudável.
No ultimo ano aconteceu no Rio de Janeiro o 46º Congresso Mundial da Ifla, com o tema “Infraestrutura verde: paisagens de alto desempenho”. O termo sustentabilidade diversas vezes foi levantado e algumas das soluções apresentadas para os problemas das cidades foram os Jardins de Chuva, biovaletas, tetos e paredes verdes, pavimentos drenantes e lagoas de retenção.
Os tetos e paredes verdes são ideais para auxiliar na estabilização do microclima ambiente e possui um preço bem similar ao preço de um telhado comum, porém precisa ser projetado e executado por profissionais especializados e não por aventureiros, evitando assim infiltrações e futuros transtornos.
O Jardim de Chuva é uma depressão pouco profunda em um solo com capacidade de permeabilidade boa, com arvores, arbustos e cobertura vegetal. Dentre as diversas funções podemos citar o aumento da capacidade de infiltração de água no solo recarregando os aqüíferos, proporcionar um ambiente estético e atrativo para aves e insetos e diminuição de contaminantes.
É função do paisagista buscar recursos alternativos bem como conscientizar a população para o modelo de jardim sustentável. O profissional que se atentar para este modelo será bem sucedido, pois toda cidade irá querer esse jardim!
Autor: Augusto Viesi Massoli
Artigo enviado por Augusto Viesi Massoli
E-mail: augusto.paisagista@hotmail.com
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