Desde a década passada participamos de um movimento crescente de valorização do paisagismo. Com a maior importância dada à ecologia a partir dos primeiros anos da década de 90, conseqüência do movimento iniciado 20 anos antes, e a tendência mundial de retorno do homem às coisas da natureza, associado ainda ao conceito de qualidade de vida, o paisagismo passou a ser valorizado desde os grandes empreendimentos imobiliários até as áreas externas das residências ou mesmo nas varandas dos apartamentos.
O paisagismo vende um imóvel, como podemos ver nos stands de vendas, no material publicitário e até mesmo nos nomes dados aos edifícios das grandes cidades, onde o conceito de bem-estar está sempre atrelado ao paisagismo e à natureza.
Ao mesmo tempo em que necessitamos de vida ao ar livre, a violência urbana nos obriga a viver fechado intra-muros, e portanto dentro das áreas externas privadas.
O mercado passa então a crescer e conseqüentemente a exigir qualidade, com áreas externas bem planejadas, sejam nos elementos construtivos como pisos, fontes, bancos, pérgulas, gazebos, etc., ou seja, nas áreas verdes com a vegetação corretamente projetada.
Não há mais tempo para se implantar um jardim para usufruto futuro, os empreendimentos são entregue com o paisagismo pronto, com vegetação de certo porte, com suas massas verdes bem formadas e com a forração fechada e florida, formando um jardim saudável e principalmente com qualidade estética.
O mercado fornecedor está se profissionalizando, tanto os produtores de plantas ornamentais quanto os fabricantes de insumos em geral, hoje temos oferta de vegetação de grande porte e fitosanidade adequada, foi-se o tempo em que éramos obrigados a aceitar uma planta com má formação por falta de opção, e os produtores de ornamentais tem ciência disto, acompanhando nossas necessidades e crescendo conosco neste processo.
Os profissionais paisagistas, cuja formação adequada ainda é incipiente no Brasil, acompanham este crescimento com a busca constante pela qualidade, focando nos estudos e na experiência sua formação profissional. Como conseqüência, porém, da falta de oferta de cursos de arquitetura paisagística e a correta regulamentação da profissão, surgem no mercado pessoas mal preparadas se apresentando como profissionais, ao consumidor cabe separar o joio do trigo, através de uma pesquisa sobre a capacidade dos concorrentes a contratação de seus serviços e não somente procurar o melhor preço.
Concluindo, consideramos o mercado de paisagismo promissor, nossos clientes sabem que o paisagismo lhe agrega qualidade de vida além de valorizar sua propriedade, e ao profissional paisagista cabe oferecer qualidade, com técnica e arte, sem se ater ao imediatismo, e desempenhar; na sociedade uma missão pedagógica, pois o jardim, além de um instrumento de prazer, é um meio de educação, um exemplo de coexistência pacífica entre diversas espécies, um lugar de respeito pela natureza e pelo ser humano.
Por: Celso Bergamasco da ANP - Associação Nacional de Paisagismo
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