A casa dos seus sonhos pode ser bonita, confortável e, de quebra, ainda respeitar a natureza é só você querer
IMAGINE MORAR EM HARMONIA COM A NATUREZA, respeitando o meio ambiente e ajudando a preservar os recursos naturais. Papo aranha de eco chato? Nem um pouco. Há tempos a arquitetura descobriu que pode construir sem agredir tanto o planeta. Basta ter criatividade, consciência e, claro, vontade. "Uma construção ecologicamente correta está diretamente ligada à postura do ser humano no mundo em que vive. E o arquiteto pode desempenhar um enorme papel de educador", diz José Caputo, arquiteto e especialista no tema.
Por construção ecologicamente correta, entenda se aquela que reduz, de diversas maneiras, o impacto que pode causar em seu entorno. Desde o momento em que está concebendo o projeto de uma residência, o arquiteto e o futuro morador devem se preocupar com os tipos de produtos utilizados: no lugar de materiais não recicláveis e que prejudicam a natureza, devem optar por madeiras de reflorestamento, tintas com pigmento natural e até soluções inusitadas, como a utilização de plásticos moídos e moldados na forma de tijolos. Mas uma eco-casa envolve muito mais que isso e a boa notícia é que o Brasil é um lugar cheio de potencial para que a idéia se popularize. "Com a riqueza e a diversidade do nosso país, não precisamos de altas tecnologias para trabalhar ”green", diz o contrutor Galeno Flávio Simões, "Basta ser bem informado e pesquisar saídas inteligentes."  A outra novidade é que os chamados materiais ecológicos estão com preços cada vez mais competitivos. Pisos de madeira de reflorestamento hoje podem custar mais barato que muitos tradicionais. "Produtos como forros de fibra de coco, tijolo de solo cimento (que não passa pelo processo de queimada e gasto de energia) e revestimentos de bambu são bastante viáveis economicamente", afirma Ivone Rocha, sócía, ao lado de Letícia Achcar e Carlos Tonezze, da PrimaMatéria, uma loja de eco-materiais.
Um dos primeiros passos ao se planejar uma casa é analisar o espaço do terreno, checando o que de melhor ele pode oferecer. Se há bastante barro e argila, é possível fazer, por exemplo, paredes barreadas. Se sobra fibra, por que não optar por forros, pisos e objetos desse material? "Mesmo em meio a prédios e construções cinzas, pitadas de vida e natureza podem compor o espaço e melhorar a vida dos habitantes", diz Galeno, que há 30 anos trabalha com arquitetura sustentável.
Levar em conta o ciclo de vida do material utilizado sua extração, produção, venda, vida útil e demolição é um dos pilares da arquitetura sustentável. "Ao reutilizar materiais já existentes na obra, como madeiras e pedras do próprio terreno, o construtor dá um novo uso a produtos que simplesmente iriam para o lixo. isso é ser ecologicamente correto", diz o arquiteto Marcio Kogan, que vem incluindo a sustentabilidade em seus trabalhos de forma cada vez mais constante.
Já ouviu falar de telhas feitas com pasta de dente ou caixinhas de leite? São de longa durabilidade, fazem pouco barulho e não esquentam tanto quanto as de amianto. Existem inúmeros materiais alternativos como esse, que, apesar de não serem naturais, podem ser usados para outros fins. Para mostrar como é possível construir de forma consciente, preocupando se não apenas com o conforto ou a estética, mas também com a natureza, a reportagem pediu que a equipe da PrimaMatéria projetasse uma eco-casa genuinamente brasuca. 0 resultado pode ser visto ao lado. simples, prática, inteligente e bonita.
Por: Tatiana Barbosa
Fonte de pesquisa: Revista Go Outside
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