É fato que há um crescimento desordenado nas grandes cidades. Uma massa de pessoas que buscam oportunidades, que se espremem no trânsito, sufocadas pela poluição, tiranizadas pela pressa e pelo medo da violência, pelas grandes e pequenas agressões diárias.
Esse cenário sombrio vem despertando a vontade de fazer alguma coisa para melhorar a qualidade de vida nas cidades. Soluções para enormes problemas e tornar a cidades sustentáveis são possíveis desde que haja uma rede de ações para uma mudança real.
O hábito de se isolar em condomínios fechados para se proteger não resolve, mas é uma opção. Porém ninguém vai passar a vida inteira dentro de casa. Este tipo de atitude e/ou solução pode aumentar a violência, o preconceito e gerar uma espécie de apartheid urbana.
Mas é uma tendência incorporada às grandes cidades que até funcionam como pontos de sustentabilidade e convivência em meio ao caos. Ter um porto-seguro para poder descansar não basta. Há de se saber descansar. Isto é vital. Levar para a casa de praia ou campo um monte de livros, revistas e computador não resolvem.
Às vezes é necessário acontecer algo grandioso na vida da pessoa, como o nascimento de um filho, que obrigue a parar, mas que pode fazer a pessoa sentir falta da correria, causando um stress do tempo livre. Há um tabu contra desacelerar e aproveitar o tempo livre longe do trabalho.
Muitos ficam preocupados em desperdiçar tempo sem fazer nada. No dia-a-dia comem fora de hora, dorme pouco, escovam os dentes pensando no e-mail que vão mandar, atendem ao telefone até no banheiro. Uma vida de extremos, que pode levar às doenças físicas e emocionais.
Mas é possível acreditar que o sossego não está na praia ou no campo, muito menos no futuro. Está dentro de cada um, e até, na casa de cada um. O descanso está ligado à paz de espírito e à maneira como se enfrenta os desafios do dia-a-dia.
Estar sempre correndo se tornou um hábito. Tomamos uma xícara de café sem aproveitar o sabor. Sentamos ao lado das pessoas que amamos, mas não percebemos que ela está ali. Estamos sempre em outro lugar, pensando no passado ou no futuro. Dar uma pausa na loucura é fundamental para regenerar o físico, emocional e até espiritual.
É preciso aprender a relaxar todos os dias, não só nas férias. Aquietar a mente é importante. Uma limpeza interna que se pode fazer internamente é mudar o jeito como nos relacionamos com a vida, com a natureza, com as pessoas e com o relógio principalmente.
É sábio parar de correr atrás de um futuro idealizador e aprender a cansar e descansar aqui e agora, no presente. Dormir muito e falar pouco pode ajudar a para recuperar a disposição e a força. E o resultado será uma mente serena que com o tempo poderá até ser dormir menos.
A perfeição e a felicidade não são coisas que nos aguarda num futuro distante, e sim, uma possibilidade de ser alcançar imediatamente. Tudo que precisamos está dentro de nós. É apenas uma questão de aceitar e acessar este potencial interno, que todos tem. É claro que não é fácil. É um longo caminho para a vida inteira.
Mergulhados em um mundo de consumo e competições, não é fácil viver de acordo com as noções como desapego e desacelerar. Mesmo comprando tantos manuais de felicidade, todos sabem no fundo que não existem soluções mágicas.
Talvez uma dica seja a ação correta contra o cotidiano, fazer o que precisa ser feito, simplesmente. Não há uma ação suprema para um milagre. Há opções e possibilidades, como estar em contato maior e melhor com a natureza. Mas quem sabe não seja supremo plantar uma árvore, regar as plantas, enfim, cultivar um jardim? Vivenciar o aprendizado da jardinagem, do paisagismo. Mas não é uma regra ou apenas uma opção.
Há de se testar por si próprio até descobrir se esta é ou não a opção que faltava e precisava. A natureza nos ensina a ver suas necessidades sem confundir compaixão com dependência, e sim, compromisso com o mundo, com o universo.
Quem sai por aí reciclando latas e garrafas, fechando torneiras, podem ser rotuladas como chatas. Mas ter consciência de que é preciso cuidar, conquistará respeito.
O esgotamento dos recursos naturais é preocupante. É fato que os estragos ambientais são inevitáveis, mas que com educação e conscientização geral e irrestrita pode-se nos salvar de algumas previsões assustadoras.
Sustentabilidade. E quem liga para isso? Aliás, nem todos sabem o que é isso.
Sustentabilidade são ações que não provocam impactos negativos à sociedade e ao meio ambiente.
Temos muitas possibilidades de ajuda ao planeta, como mudando padrões de consumo e refletindo sobre o que é realmente indispensável. Mudar hábitos não acontece do dia para a noite. E é difícil, sim! Mas é possível.
Começar dentro de casa é uma ótima opção! AUTOR: Cadu Almeida
Artigo enviado por Cadu Almeida
e-mail: jardimciapaisagismo@ig.com.br
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